Noções sobre fungos e classificação taxonômica
Os fungos são organismos eucarióticos cujos núcleos são dispersos em um micélio (conjunto de hifas) contínuos ou septados. Não possuem plastos ou pigmentos fotossintéticos e sua nutrição é obtida por absorção. São saprofíticos, parasitos facultativos ou biotróficos.
São estudados na área da microbiologia, embora muitos de seus representantes possuam frutificações de grandes dimensões como é o caso dos cogumelos Agaricales, Polyporales e dos Gasteromycetos. São predominantemente filamentosos, mas algumas espécies são leveduriformes. Na área da micologia médica e veterinária, bem como na micologia industrial, são conhecidas inúmeras espécies de fungos leveduriformes.
Entretanto, na área da Patologia vegetal são raros os representantes que apresentam essas características. Portanto, a quase totalidade dos fungos fitopatogênicos apresentam o sistema vegetativo filamentoso (hifas) e ramificado (conjunto de hifas = micélio).
Os fungos fitopatogênicos podem apresentar frutificações de duas naturezas, ou seja, a da forma teleomórfica, antigamente denominada "forma perfeita" ou sexuada e frutificações assexuadas ou clonais, antigamente denominadas "forma imperfeita" e hoje, anamórfica. Na maioria das vezes, para cada espécie existe urna forma anamórfica e uma forma teleomórfica.
Exemplificando, o fungo Glomerella cingulatta, agente causal de doenças denominadas "antracnose", tem como forma anamórfica Colletotrichum gloeosporioides; o fungo Mycosphaerella melonis, agente causal do "gummy stem bligth" das cucurbitáceas, tem como forma anamórfica Ascochyta cucumis; o fungo Colletotrichum gossypii, agente causal da antracnose do algodoeiro, tem como forma teleomórfica Glomerella gossypii, e assim por diante.
Assim, conclui-se que os fungos, em geral, podem possuir, ao contrário do que ocorre em outras áreas da biologia, dois nomes científicos para uma mesma entidade biológica. Um da forma teleomórfica (Glomerella gossypii) e outro da forma anamórfica (Colletotrichum gossypii).
Nos países tropicais e sub-tropicais onde existem extremos de temperaturas menores, a grande maioria dos fungos fitopatogênicos se manifesta sob a forma assexuada ou anamórfica e apenas raramente algum desses fungos manifesta a forma sexuada ou teleomórfica.
No caso particular dos fungos causadores de ferrugem, uma mesma entidade pode ter mais de uma forma anamórfica, ou seja, três nomes científicos diferentes, um para a forma teleomórfica, um para a forma anamórfica clonal ou uredinial e outro para a forma anamórfica zigótica ou ecial.
Exemplificando, o fungo Uromyces asclepiadis, que causa ferrugem em Asclepias curassavica - "oficial de sala" ou "erva de rato" - tem Aecidium asclepiadis como nome da forma zigótica ou ecial e Uredo asclepiadis para a forma clonal ou uredinial. Nesses casos, o nome da entidade como um todo, ou seja, o holomorfo, é o nome da forma teleomórfica (U. asclepiadis), e os outros (A. asclepiadis e U. asclepiadis), são considerados sinonímia.
Apenas para dar uma idéia da aceleração das modificações recentes nos
conceitos taxonômicos e hipóteses de classificação, apresentamos aqui
uma relação das teorias de classificação dos fungos referidas na oitava e
última edição da obra Ainsworth & Bisbys "Dictionary of Fungi"
preparada pelo International Mycological Institute, Inglaterra, em
1995.Relação: Bessey (1950), Kriesel (1969), Ainsworth et al. (1973), V.
Arx (1981), Dictionary of Fungi (1983), Kreisel (1988), Cavalier &
Smith (1991), Kendrick (1992), Barr (1992), Margulis (1993), Moore
(1994), Dictionary of Fungi (1995).
Entre as modificações mais significativas havidas recentemente, especialmente com a aplicação das técnicas biotecnológicas, está a transferência dos Oomycetos, que incluem importantes patógenos, como Pythium e Phytophthora, do reino dos fungos para o reino Chromista.
A nova edição do Dictionary of Fungi considera dentro do reino em que eram incluídos os fungos no sistema de classificação anteriormente aceito e sugerido por Moore, em 1994, três reinos: Protozoa (onde se incluem alguns patógenos como, por exemplo, espécies dos gêneros Plasmodiophora e Spongospora), Chromista (onde são incluídos os fungos Oomycota, como as Peronosporales) e reino Fungi (fungos verdadeiros, incluindo Ascomycota, Basidiomycota, Chytridiomycota e Zigomycota).
Segundo as várias considerações dos micólogos, os Oomycota, hoje incluídos no reino Chromista, diferem dos fungos verdadeiros em relação a várias características estruturais, bioquímicas, fisiológicas e moleculares. Esse reino engloba organismos aquáticos marinhos ou de água doce e terrestres, saprófitas, parasitos facultativos ou biotróficos.
Embora de longa data incluídos entre os fungos, já faz bastante tempo que se reconhece compreenderem organismos que diferem em muitos aspectos dos fungos verdadeiros. De forma bastante simplificada, enumeramos a seguir algumas dessas diferenças, hoje amplamente reconhecidas e referidas na obra acima citada, edição 1995.
Os fungos são organismos eucarióticos cujos núcleos são dispersos em um micélio (conjunto de hifas) contínuos ou septados. Não possuem plastos ou pigmentos fotossintéticos e sua nutrição é obtida por absorção. São saprofíticos, parasitos facultativos ou biotróficos.
São estudados na área da microbiologia, embora muitos de seus representantes possuam frutificações de grandes dimensões como é o caso dos cogumelos Agaricales, Polyporales e dos Gasteromycetos. São predominantemente filamentosos, mas algumas espécies são leveduriformes. Na área da micologia médica e veterinária, bem como na micologia industrial, são conhecidas inúmeras espécies de fungos leveduriformes.
Entretanto, na área da Patologia vegetal são raros os representantes que apresentam essas características. Portanto, a quase totalidade dos fungos fitopatogênicos apresentam o sistema vegetativo filamentoso (hifas) e ramificado (conjunto de hifas = micélio).
Os fungos fitopatogênicos podem apresentar frutificações de duas naturezas, ou seja, a da forma teleomórfica, antigamente denominada "forma perfeita" ou sexuada e frutificações assexuadas ou clonais, antigamente denominadas "forma imperfeita" e hoje, anamórfica. Na maioria das vezes, para cada espécie existe urna forma anamórfica e uma forma teleomórfica.
Exemplificando, o fungo Glomerella cingulatta, agente causal de doenças denominadas "antracnose", tem como forma anamórfica Colletotrichum gloeosporioides; o fungo Mycosphaerella melonis, agente causal do "gummy stem bligth" das cucurbitáceas, tem como forma anamórfica Ascochyta cucumis; o fungo Colletotrichum gossypii, agente causal da antracnose do algodoeiro, tem como forma teleomórfica Glomerella gossypii, e assim por diante.
Assim, conclui-se que os fungos, em geral, podem possuir, ao contrário do que ocorre em outras áreas da biologia, dois nomes científicos para uma mesma entidade biológica. Um da forma teleomórfica (Glomerella gossypii) e outro da forma anamórfica (Colletotrichum gossypii).
Nos países tropicais e sub-tropicais onde existem extremos de temperaturas menores, a grande maioria dos fungos fitopatogênicos se manifesta sob a forma assexuada ou anamórfica e apenas raramente algum desses fungos manifesta a forma sexuada ou teleomórfica.
No caso particular dos fungos causadores de ferrugem, uma mesma entidade pode ter mais de uma forma anamórfica, ou seja, três nomes científicos diferentes, um para a forma teleomórfica, um para a forma anamórfica clonal ou uredinial e outro para a forma anamórfica zigótica ou ecial.
Exemplificando, o fungo Uromyces asclepiadis, que causa ferrugem em Asclepias curassavica - "oficial de sala" ou "erva de rato" - tem Aecidium asclepiadis como nome da forma zigótica ou ecial e Uredo asclepiadis para a forma clonal ou uredinial. Nesses casos, o nome da entidade como um todo, ou seja, o holomorfo, é o nome da forma teleomórfica (U. asclepiadis), e os outros (A. asclepiadis e U. asclepiadis), são considerados sinonímia.
Como já referido anteriormente, nesses últimos anos, com
a introdução de novas técnicas fora do contexto morfológico aplicadas
na ciência taxonômica, como análise de proteínas,
açúcares e muitas outras técnicas biotecnológicas, como sondas de DNA,
caracterização molecular, análises genômicas, muitas modificações têm
sido introduzidas no sistema de classificação dos fungos. Alterações que
no passado eram lentas hoje aceleram-se trazendo vários problemas aos
fitopatólogos. Existe, portanto, um certo conflito entre os micólogos puros, que trabalham com todos os níveis de classificação, e os fitopatologistas, micólogos que se preocupam mais com os níveis genéricos, específicos e sub-específicos dos patógenos com que trabalham. |
Entre as modificações mais significativas havidas recentemente, especialmente com a aplicação das técnicas biotecnológicas, está a transferência dos Oomycetos, que incluem importantes patógenos, como Pythium e Phytophthora, do reino dos fungos para o reino Chromista.
A nova edição do Dictionary of Fungi considera dentro do reino em que eram incluídos os fungos no sistema de classificação anteriormente aceito e sugerido por Moore, em 1994, três reinos: Protozoa (onde se incluem alguns patógenos como, por exemplo, espécies dos gêneros Plasmodiophora e Spongospora), Chromista (onde são incluídos os fungos Oomycota, como as Peronosporales) e reino Fungi (fungos verdadeiros, incluindo Ascomycota, Basidiomycota, Chytridiomycota e Zigomycota).
Segundo as várias considerações dos micólogos, os Oomycota, hoje incluídos no reino Chromista, diferem dos fungos verdadeiros em relação a várias características estruturais, bioquímicas, fisiológicas e moleculares. Esse reino engloba organismos aquáticos marinhos ou de água doce e terrestres, saprófitas, parasitos facultativos ou biotróficos.
Embora de longa data incluídos entre os fungos, já faz bastante tempo que se reconhece compreenderem organismos que diferem em muitos aspectos dos fungos verdadeiros. De forma bastante simplificada, enumeramos a seguir algumas dessas diferenças, hoje amplamente reconhecidas e referidas na obra acima citada, edição 1995.
Fungos Venenosos
Os fungos (Fungi) são um vasto grupo de organismos classificados como um reino denominado Fungi, pertencente ao Domínio Eukaryota. Estão incluídos neste grupo organismos de dimensões consideráveis, como os cogumelos, mas também muitas formas microscópicas, como bolores e leveduras. Foram já descritas umas 70.000 espécies, mas talvez existam até 1,5 milhões de espécies, sendo que a maioria ainda está a ser identificada e descrita pelos micologistas (Hawksworth, 1991; Hawksworth et al., 1995). O Reino Fungi sofreu mudanças substanciais no arranjo dos vários filos nas últimas décadas, especialmente a partir do momento em que técnicas para comparar características bioquímicas (tais como RNA ribossômico e DNA) se foram tornando mais sofisticadas. A filogenia apresentada aqui segue a de Bruns et al. (1991, 1993) para os Eumycota (fungos verdadeiros) e reconhece quatro divisões: os Chytridiomycota, Zygomycota, Ascomycota e Basidiomycota.
Os fungos ocorrem em todos os ambientes do planeta e incluem importantes decompositores e parasitas. Fungos parasitas infectam animais, incluindo humanos, outros mamíferos, pássaros e insectos, com resultados variando de uma suave comichão à morte. Outros fungos parasitas infectam plantas, causando doenças como o apodrecimento de troncos e aumentando o risco de queda das árvores. A grande maioria das plantas vasculares têm associações simbióticas com fungos, a nível da raiz, ao que se dá o nome de micorrizas. Esta associação ajuda as raízes na absorção de água e nutrientes.
Alguns fungos, tais como: Shiitake, Porto Bello, Champignon, shimeji, Maitake e Mexican Corn Smut, são utilizados como alimento; outros são extremamente venenosos.
Fungos venenosos
Há fungos tóxicos e venenosos, como por exemplo a espécie Amanita muscaria. Dependendo da quantidade que os cogumelos dessa espécie são ingeridos são capazes de causar alterações no sistema nervoso.De acordo com a espécie e quantidade ingeridos do fungo há possibilidades de causar até a morte.Há também os cogumelos alucinógenos ou seja,que causam alucinações,delírios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário