EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO CONTEXTO BRASILEIRO
Wagner R. do Amaral
Analisar a importância da educação de jovens e adultos no atual contexto da sociedade é de muita importância,Ao contrário do senso comum, o autor deste texto diz que a Educação de Jovens e Adultos estão presentes desde o Brasil - colônia, com os jesuítas, até nos dias de hoje com o EJA. A fim de provar esse pensamento, o autor faz um panorama político da história da educação no Brasil que começa na década de 30 e 40. Nessa época os líderes políticos se deram conta de que a falta de estudo dos adultos poderia refletir de forma negativa na educação das crianças. Sendo assim, iniciaram-se algumas campanhas para enfrentar o analfabetismo dos adultos. Infelizmente, essa reflexão não produziu nenhuma proposta metodológica concreta. Isso só viria a acontecer na década de 60 com Paulo Freire, teórico que baseou a educação de adultos no princípio do diálogo e no fato de que os discentes terem consciência da sua condição de sujeitos transformadores da sociedade.
Depois do desaparecimento dessa experiência devido à ditadura dos regimes militares seguintes, o governo federal organizou o Mobral, um programa nacional devidamente financiado que oferecia alfabetização aos adultos. Porém, os números idealizados pelo governo e pelos órgãos internacionais não foram atingidos, isso fez com que esse programa também fosse extinto. A mudança visível na época como a industrialização e o crescimento avançado das áreas urbanas se fazia essencial a qualificação, agora não somente a alfabetização e as campanhas direcionadas a educação de adultos foram dando continuidade e a descriminação do analfabeto que até então era visto como uma criança grande foi sendo superada.
No inicio da década de 90, as políticas educacionais ainda não eram apropriadas, sendo notada uma grande necessidade de apoio do governo Federal, materiais didáticos de apoio e de educadores qualificados para que se ofertassem não somente escola, mas principalmente qualidade para todos os brasileiros e com a nova LDB foi modificada o perfil das escolas de 1º e 2º graus e nota-se assim uma expansão de novas propostas educacionais. O conservadorismo vai sendo ocupado pela nova visão onde o ensino pedagógico deve ser unido a percepção das lutas pessoais dos alunos do EJA. A falta de qualificação dos educadores é visível e a didática conservadora não deixa que estes alunos tenham êxito no seu caminho em busca do conhecimento. As Universidades não oferecem qualificação para profissionais na área da educação para adultos mesmo isso sendo garantido por Lei,Mesmo que o profissional se esforce para realizar uma integração entre prática e discurso sem a devida formação isto pode se tornar algo frustrante, já que a cultura do aluno adulto do fracasso escolar o acompanha. Um profissional qualificado e interessado a atender e entender as necessidades do aluno EJA, conseguirá desenvolver a auto-estima do aluno e a postura de cidadão se torna assim uma realidade na vida do educando.
Para atender essa questão, são propostas, no presente artigo, algumas idéias. Uma delas é deixar de encarar a EJA como uma compensação da educação básica perdida e sim como uma oportunidade de responder às necessidades formativas que esses alunos têm e terão. Isso, segundo o autor, deve ser feito pelos e para os alunos, gerando a busca pela autonomia. Outra medida deve ser basear a concepção da oferta do EJA em princípios próprios e não a partir dos princípios da educação infanto juvenil e perceber que esse ensino pode ser ofertado em espaços alternativos como empresas, meios de comunicação, organizações comunitárias, entre outros. O ensino também deve ter características próprias, um currículo que atenda às necessidades reais desse aluno. Para isso, são necessárias uma série de medidas referentes à descentralização do sistema de ensino, à flexibilização da organização curricular e ao aperfeiçoamento dos mecanismos de avaliação. Na maior parte dos casos, esses alunos trabalham e estudam , por isso, o texto apresenta a necessidade de articular momentaneamente a formação escolar com a profissional, visto que no EJA essas necessidades andam juntas.
Chegando a conclusão que é notável a importância de se conceber a aprendizagem e a educação como algo contínuo e, portanto, deve ser compreendida em sentido amplo. O professor deve estar preparado para poder avaliar todos os aspectos relevantes do aluno, e com isso desenvolvendo sua auto-estima. É necessário que os governos convoquem a sociedade com o objetivo único de democratizar todo o conhecimento que a humanidade produz.
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